Matriz de Santo Antônio - Centro
Tombada pelo IPHAN: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Publicado em 23/06/2009 11:00 - Atualizado em 29/10/2009 11:10
Altar da Igreja Matriz de Santo Antônio
A Paróquia de Ouro Branco, uma das primeiras de Minas, foi elevada a categoria de colativa pelo alvará de 16 de fevereiro de 1724, cabendo à Irmandade do Santíssimo Sacramento a iniciativa da construção da Igreja Matriz de Santo Antônio. Segundo Salomão de Vasconcelos, a Matriz é anterior a 1717, uma vez que naquele ano foi ali realizado o primeiro casamento, conforme registro no Livro nº 1 da Irmandade. Não há informações sobre as etapas percorridas na construção do edifício. Tendo em vista que os trabalhos de ornamentação sucedem aqueles de ordem arquitetônica, conclui-se que a Matriz de Santo Antônio estava edificada no final do século XVIII. Em 1745, o altar de São Miguel e Almas foi dourado pelo mestre pintor Antônio de Caldas, supondo- se que o de Nossa Senhora do Rosário teria sido executado ao mesmo tempo. Consta ainda, em 1754, uma petição dos habitantes da paróquia e autorização do Ouvidor Geral para o douramento da tribuna, e conforme indica a documentação, em 1755 realizou-se o douramento do altar-mor. Em 1771 e 1777 foram arrematadas as obras do frontispício pelo pedreiro Domingos Coelho. A data de 1779, inscrita no frontispício da igreja, provavelmente refere-se à conclusão da edificação. Trata-se de uma bonita igreja, toda de pedra, inclusive as colunas, cunhais, cimalha, portada, bem como as sacadas do frontispício. Este, apresenta entablamento partido, formando arco e óculo trilobado, emoldurado de pedra e envidraçado, na parte central da composição. O corpo principal compreende a imponente portada em pedra, de verga curva
Teto da Igreja Matriz de Santo Antônio
encimada por uma composição esculpida e cruz, ladeada por volutas. A porta é almofadada. De cada lado da portada, duas janelas rasgadas ao nível do coro, com marcos de pedra, verga curva movimentada, arrematada por pequeno frontão. Acima da grande curva arqueada do entablamento eleva-se o frontão principal em grandes volutas, contracurvas, cimalha e cruz central de pedra. Esse conjunto é enquadrado pelas torres sineiras, com cobertura em cúpulas de alvenaria, arrematadas por coruchéu. No interior, a nave, o arco-cruzeiro e a capela-mor constituem um dos conjuntos de talha
barroca mais bonitos de Minas. O retábulo do altar-mor apresenta rica talha dourada, com profusa ornamentação em volutas, alto-relevos e variados ornatos. Os altares laterais possuem também talha profusa, sendo providos de dossel, com a parte superior hemisférica. Destaca-se a pintura decorativa em perspectiva do teto da capela-mor e arco-cruzeiro. A tarja no alto do arco-cruzeiro é constituída pela esfera armilar, cercada de estrelas e emoldurada por ornatos barrocos, tendo superiormente uma coroa real com duas bandeiras de cada lado. À direita e à esquerda, dois anjos guardam o escudo. No teto da nave encontra-se pintura alusiva a Santo Antônio. Texto extraído de: Inventário Nacional de Bens Móveis e Integrados. VITAE/IPHAN MOURÃO, Paulo Kruguer Corrêa. As Igrejas Setecentistas de Minas. 1986 SOUZA, Wladimir Alves de. Guia dos Bens Tombados. Minas Gerais. 1980.
Texto: Livro de Belas Artes Inscrição:326 Data:29/11/1949 Processo:0402-T
por Secretaria de Cultura, Turismo e Esporte